domingo, 29 de março de 2009

A culpa é do Sol




A hora mudou, foi adoptada a "hora de verão". È uma decisão politica que no caso de Portugal continental, Madeira e Porto Santo é igual a UTC + 60 minutos (tempo universal coordenado) ou TU (tempo universal) tendo como referencia Greenwich. Nos Açores a hora oficial adoptada é igual a UTC.
A nossa vida diária é regulada pelo tempo solar, definindo-se dia, como o intervalo de tempo entre duas passagens consecutivas do Sol, pelo meridiano inferior de um lugar (qualquer).
O Sol, desde o ultimo equinócio a 21 de Dezembro, onde atingiu a sua declinação máxima 23º26´ Sul, tem vindo a subir em latitude, ou seja, a aproximar-se do Equador (não o astro em si mas sim a projecção do astro na superfície terrestre), o que aconteceu a 21 de Março (primavera). Nesta data, o tempo de duração do dia é igual á noite e á medida que for subindo em latitude os dias serão maiores, surgindo assim a adaptação artificial (mudança da hora) orientada por factores políticos.
Esta questão das horas é normalmente o maior quebra-cabeças que os candidatos ao exame de Patrão de alto mar enfrentam. Existem vários conceitos de hora: hora oficial; hora legal; hora média do lugar; hora média de Greenwich; hora de bordo, (penso que não me esqueci de nenhuma!).
O mais curioso é que com tantos conceitos de "hora" o Almanaque náutico mostra-nos que raros são os dias ao longo de um ano que realmente tem 24 horas.
P.S. Informações retiradas do manual " curso de desportista náutico--Patrão de Alto Mar" de Antão,António M. Lopes.
As fotos foram retiradas do site da ANC.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Primavera suja

Eu vivo do ar, do ar poluído, sujo e inquinado. Trabalho em sistemas de filtragem e por isso não fico indiferente a situações como aquela que a foto tenta captar.
Não sei se dá para ver bem, mas esta é a imagem que eu tive da zona de Lisboa, bem lá no fundo com uma intença nuvem amarela. A imagem foi tirada perto de Bucelas, onde a primavera se faz sentir com toda a força a que tem direito. Em linha recta são talvez 7 ou 8 Km, mas é o bastante para a diferença no ambiente se fazer sentir.
Esta conjuntura que vivemos , são, sem sombra de duvida, tempos difíceis. Famílias passam por problemas gravíssimos devido ao desemprego e dificuldades que dai advêm.
Mas o Planeta está a sofrer menos com a estagnação industrial. Andam menos viaturas pelas ruas, não se queima tanto petróleo. È uma pena que esta folga que estamos a dar ao planeta seja á custa do sofrimento humano e não porque resulta de uma escolha ou opção lógica.
È por isto que eu sou um pessimista, esta incongruência só tem um caminho....destruição, desgaste, aniquilação. È bom que alguém descubra forma de saltar-mos para outro planeta, deve haver por ai outro espaço qualquer para nós humanos, ocuparmos e esgotarmos em três tempos (em simultâneo vamos dando uns tirinhos uns aos outros).
À primeira vista, parece que este post nada tem a ver com o costume, ou seja, o mar e a aventura em partir por ai. Mas tem tudo a ver, é que eu já começo a ficar cansado da pressão.
Uma vez vi um cartaz que dizia mais ou menos assim...:O planeta terra é composto por uma infinidade de água em relação á pequena parcela de terra habitável aonde se amontoam biliões de pessoas...o que faz você do lado errado do planeta!..." e eu começo a ficar farto disto.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Inicio de um novo ciclo







O tempo bom está a chegar,como todos nós reparamos. Sente-se um fervilhar diferente na preparação das embarcações. O ano que passou foi razoavelmente preenchido de regatas e passeios. Tenho a sensação que este ano vão aparecer umas oportunidades para viagens mais longas, a ver vamos.

terça-feira, 10 de março de 2009

Pequeno Mundo







Neste mundo da blogosfera já me aconteceram algumas coisas menos .....como hei-de de dizer....positivas. Mas tambem já tive muitas alegrias e uma delas é de conhecer pessoas interessantes e com uma historia de vida diferente da minha.



Mas hoje venho apenas para dizer que o entrelaçar destas vivências por vezes pode ocasionar casos caricatos. Então, no blogue da Mad estava um comentário do Peter Mary, que afirma que teve um veleiro chamado Sirius III. Pois o que esse senhor não sabe é que já há algum tempo eu falei com ele ao telefone e que até tenho fotos do seu antigo barco. Coincidências normais de quem pode estar a teclar do outro lado do mundo, ou daqui mesmo ao lado.



Posso garantir que o Sirius III está muito bem estimado e que já ganhou algumas regatas, pois foi para isso que foi feito.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Evgeny gvoznev











..."Um navegador, que nunca foi noticia para ocupar primeiros planos em diários e muito menos em revistas náuticas, o seu desejo era apenas navegar em solitário, no seu pequeno veleiro, sorrir, fazer amigos em cada porto...e isso não é noticia, apenas um belo exemplo de vida...". È assim que a Asociacion Deportiva Argentina de Navegantes nos apresenta o homem.
Eu já tinha lido qualquer coisa acerca deste navegador solitário, mas agora fiquei a saber um pouco mais.
Engenheiro mecânico, natural de Makhachkala, na Rússia, construiu um veleiro na varanda da sua casa. Nesta embarcação de 3.70 de comprimento por 1.40 de largura máxima, Evgeny deu três voltas ao mundo em solitário. Era conhecido pela sua simpatia e tenacidade, era admirado por todos os que sabem, que navegar em solitário é coisa apenas para alguns,nem melhores nem piores, apenas diferentes. Era admirado pelo facto de fazer uma obra já de si difícil (navegar é volta do mundo) mas também por o fazer numa embarcação tão pequena.
Sabia seguramente, dos riscos que corria, acrescidos pela falta de condições de uma embarcação inapropriada para enfrentar o mar alto e longas estadias num meio hostil. Sabia seguramente que a navegação em solitário, por si só, representa um desafio enorme a que poucos se submetem.
Evgeny defendeu-se da tempestade como pôde e soube, ficou sem mastro. Contactou um amigo da sua cidade a relatar o sucedido e a sua intenção de aportar assim que fosse possível, para fazer as necessárias reparações. No dia 2 de Dezembro, um carabineiro encontrou-o, perto de Ostia, Itália. Flutuava junto ao barco com uma enorme ferida na cabeça. Acabou assim a aventura deste russo, da pior maneira possível.
Muito se poderia dizer agora, desde o previsível...morreu como gostaria.... até ao inevitável....ele saberia que provavelmente teria este destino..... . Eu prefiro uma abordagem mais prosaica e talvez egoísta.....adorava ter conhecido este homem!.