quarta-feira, 29 de outubro de 2008

O "bravo"

Há um mês sensivelmente,esteve acostado á marina de Vila Franca de Xira um catamarã de nome Bravo.
A família que o tripula é constituída por um casal e três filhos ,oriunda do Brasil estão a dar uma volta pelo mundo há 3 anos.
Assim que soube da existência deste potencial de experiência e informações fresquinhas pus-me em campo e não descansei enquanto não fiz um "interrogatório" cerrado ao comandante Ricardo.
Então ele e a sua esposa contaram-me que um dia chegaram a uma ilha (que desgraçadamente não fixei o nome) e ainda estavam a tentar descobrir qual o melhor sitio para lançar o ferro quando vêem uma canoa a vir ao seu encontro.
Apresentações á parte o tipo avisa que existe um sitio melhor e mais abrigado e indica aonde.Depois com bastante persistencia convida os marinheiros para a sua casa para jantarem.Recusaram,estavam cansados e já tinham a refeição pronta....fica para outro dia!dizem eles.
O indígena afasta-se para regressar um pouco mais tarde com o jantar dentro de uma panela(!).A família estranha este comportamento e mais estranha quando nos restantes dias se repetem esta e outras cenas do mesmo tipo, chegando ao ponto do comandante Ricardo questionar o individuo o porquê de tanta amabilidade e ele explicou.
Há uns anos atrás um Inglês passando por aquela zona arranjou três mulheres que não se davam bem e decidiu "ocupar" aquela ilha desabitada colocando cada uma das mulheres a uma ponta da ilha(esperto).Assim foi vivendo,feliz penso eu,e a família foi crescendo.Às tantas juntamente com outros intrusos chegaram aos 50 indivíduos.
È de salientar que aquela ilha nos dias de hoje é abastecida de viveres e equipamentos essências de 3 em 3 meses por via marítima,á altura dos factos...não sei!
Em determinado ano um violento furacão destroi a ilha,todas as infraestruturas que já eram precárias,e estabelece o caos.
Não havia apoios,nem ambulâncias,nem remédios nem hospitais nem nada e quem remediou a situação foram os navegadores que iam passando,sendo uns médicos ,outros sabiam dos mais diversos ofícios e foram compondo a ilha,as pessoas e a harmonia.
O velho Inglês jurou que a partir dali nenhum viajante que atracasse por aquelas paragens teria falta de nada, havendo sempre tudo o que é possível numa ilha, para lhe proporcionar uma estadia o mais agradável possível, fazendo o mínimo possível.
E assim foi com os seus descendentes ,até aos dias de hoje,levando a jura do Inglês tanto á letra que o Ricardo chegou a confidenciar-me que era um bocadinho "demais".Eram lagostas a toda a hora ,frutas das árvores , peixe do mais diverso,insistentes convites de toda a gente.... .
Nesta historia só tenho pena de não ter fixado o nome da ilha!.

domingo, 26 de outubro de 2008

Multichine 45

Esta é a ultima versão da construção.As cavernas todas colocadas mas ainda não alinhadas com rigor.Estão também já colocadas duas anteparas e uma terceira na bancada a sair.
Para quem quiser ampliar e ver em pormenor existem varias estruturas que são de apoio não fazendo parte da embarcação.

Na verdade este mês não foi muito produtivo,por esta altura seria de esperar um avanço um pouco maior na obra mas,na pratica o facto de estar na construção sozinho significa que quando outras obrigações me desviam do objectivo,este não avança.

Espero que até ao final do ano se possa ver mais barco e fica a promessa que a partir de agora todas as semanas será colocada pelo menos uma foto da construção, o que também me obrigará a assumir uma postura mais assídua no seu fabrico.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

FREE






O Free não apareceu á muito tempo no Tejo.È fabricado em contraplacado moldado e foi concerteza á muitos anos.

Não tem habitabilidade que seja digna desse nome,é pequeno e sofrido.

O seu dono trata-o com carinho,indiferente até a alguns comentários mais jocosos.

È fácil de o ver a navegar,o Paulo dá-lhe uso,rio abaixo,rio acima e nas regatas lá andam eles sempre activos, não perdem uma.Chegam a ombrear com os grandes ,a imiscuir-se em classificações que em teoria não seriam deles.


Gosto de ver esta imagem no Tejo,é o triunfo dos menos capazes,é a revolta da madeira antiga ,é uma inspiração.

Uma vénia para o Paulo Nunes e o FREE

sábado, 18 de outubro de 2008


Um dia,se tudo correr bem,será este o aspecto do veleiro.
Excepção feita ao apêndice que este estaleiro coloca logo a seguir á cabine e que é horrível.
O seu deslocamento é de 15 Ton com um comprimento de 14 metros,capacidade para 1100 litros de água e 550 de combustível.
Tem 3 cabines onde dormem confortavelmente 6 adultos e uma cabine de piloto,2 casas de banho,um salão e uma cozinha.
Quanto á segurança ,é fabricado em aço naval,tem 4 anteparas estanques e um posto de comando alternativo no interior.
È sem duvida uma embarcação preparada para qualquer latitude sendo estruturalmente muito robusto.
Se alguém se interessar por saber algum pormenor que não está aqui enunciado,é só dizer.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Multichine 45




Depois de vários pedidos,aqui estão as primeiras fotos da construção .


Esta não é bem a primeira fase da construção ,pois por aqui já tinha cortado muito ferro e feito alguma soldadura.


A objectiva que estou a usar não é a mais indicada para este tipo de foto e com as condições que disponho.


quinta-feira, 16 de outubro de 2008

O cigano do Mar


Eu não conheço pessoalmente o ZéZé,falei com ele uma vez,uma conversa curta e informal.As historias que se falam do Zézé são mais que muitas,não sei aonde termina a realidade e começa a ficção,mas hei-de de descobrir.

Dele já ouvi dizer que foi preço na Guiné por ter dado á costa sem qualquer tipo de documentos,nem dele nem da embarcação.Parece que atravessou meio atlântico apenas com uma velha bússola de mão como instrumento,nessa mesma viagem ,quando chegou a Lisboa,trazia os flutuadores do trimarã meios de água.No blogue peixedagulha dizem que foi a uma ilha no meio do atlantico sul ,Tristão da cunha,trazer..."um destroço que mal flutuava..."para Lisboa.Já se falou que o Olympus pertenceu a Tabarly(o maior navegador Francês de todos os tempos)que capotou com ele ao largo dos Açores,e devido aos estragos foi rebocado para -não sei bem aonde-onde serviu de capoeira.Enfim,de vez em quando vejo-o lá no olympus a trabalhar,espero que sinceramente que ele possa terminar a sua obra,não sei onde pára o mastro,nem as velas,nem tão pouco o motor...espero que ele saiba!.


Este texto que se segue foi escrito originalmente por que já privou com o ZéZé e sabe concerteza mais dados do que eu.


..."Foi á 10 anos que o Zézé pediu para ficar 15 dias.

Final da tarde,um ilustre desconhecido entra para sócio da secção de vela do Alhandra sporting clube,informa que tem um trimarã (3 cascos)a precisar de reparação com a previsão de 15 dias estacionado na nossa rampa.Vai participar numa travessia oceãnica e aguarda patrocinio.

Quinze dias depois o barco não volta para a água,vai para terra,terrenos da A.P.L. (administração do porto de Lisboa) consternado o ZéZé não vê patrocinio e tem a A.P.L. ás costas.3 anos depois é o inicio da requalificação da zona ribeirinha de Alhandra,a embarcação está parqueada no caminho das máquinas,o ZéZé pede á "Etermar"para parar a obra(!)por 15 dias,para ele poder acabar a reparação,então colocaria a embarcação na água e a obra seria retornada.

A embarcação é removida por uma grua da "Etermar" que com alguma meiguice causa alguns estragos e mais umas dores de cabeça.

As coisas voltam á normalidade ,o ZéZé continua a frequentar o clube,balneários,etc os miudos queixam-se que é ele que gasta o gel de banho e o gaz. Decorre o ano de 2002,estou a frequentar o curso de patrão de costa (em lisboa),falamos de navegadores portugueses,eis que alguem pergunta:quem sabe onde anda o Zézé?

- por acaso está em Alhandra,alguém o quer?

- não era só para saber.

2005 estou a passar no parque de reparações da doca de Belém,meto conversa com o propriétario de uma embarcação que está a ser reparada,digo que sou de Alhandra.Alhandra? não é lá que está o ZéZé?

- desculpe,mas como é que o senhor conhece o Zézé?.

o zézé é o mais conhecido dos nevegadores desconhecidos

- fiquei convencido.

O Zézé ama o seu barco,de todos os momentos que privei com ele,custou-me imenso ter de telefonar a informa-lo que o seu barco partiu a amarra e estava a ser empurrado contra as pedras numa sulada(vento forte do quadrante sul) em Alhandra,ele estava longe,fez-se o pedido de socorro aos bombeiros que conseguiram salvar a embarcação sem danos de maior.

Hoje ,o Olympus encontra-se fundeado em frente ao museu de Alhandra (não sei se isto tem algum significado oculto).O "cigano do mar" não tem aparecido,espero que o Oliveira (Maião) não venha a ter razão quando diz que "aquilo" nunca mais vai navegar.

Como o Zézé me costumava dizer:..não há nada mais bonito que um trimarã a navegar á vela...".

Um grande abraço para o ZéZé d´alhandra.


escrito por João Manuel Rodrigues no blogue "m.a.m.a."


Calculo que ele nunca vá ler isto,mas desejo sinceramente que ele consiga.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Brasil

Por enquanto estou longe de tudo o que conheço,excepto a minha ninhada que me acompanhou á procura de praia,palmeiras e sol.Logo logo estarei de volta.