
Há um mês sensivelmente,esteve acostado á marina de Vila Franca de Xira um catamarã de nome Bravo.
A família que o tripula é constituída por um casal e três filhos ,oriunda do Brasil estão a dar uma volta pelo mundo há 3 anos.
Assim que soube da existência deste potencial de experiência e informações fresquinhas pus-me em campo e não descansei enquanto não fiz um "interrogatório" cerrado ao comandante Ricardo.
Então ele e a sua esposa contaram-me que um dia chegaram a uma ilha (que desgraçadamente não fixei o nome) e ainda estavam a tentar descobrir qual o melhor sitio para lançar o ferro quando vêem uma canoa a vir ao seu encontro.
Apresentações á parte o tipo avisa que existe um sitio melhor e mais abrigado e indica aonde.Depois com bastante persistencia convida os marinheiros para a sua casa para jantarem.Recusaram,estavam cansados e já tinham a refeição pronta....fica para outro dia!dizem eles.
O indígena afasta-se para regressar um pouco mais tarde com o jantar dentro de uma panela(!).A família estranha este comportamento e mais estranha quando nos restantes dias se repetem esta e outras cenas do mesmo tipo, chegando ao ponto do comandante Ricardo questionar o individuo o porquê de tanta amabilidade e ele explicou.
Há uns anos atrás um Inglês passando por aquela zona arranjou três mulheres que não se davam bem e decidiu "ocupar" aquela ilha desabitada colocando cada uma das mulheres a uma ponta da ilha(esperto).Assim foi vivendo,feliz penso eu,e a família foi crescendo.Às tantas juntamente com outros intrusos chegaram aos 50 indivíduos.
È de salientar que aquela ilha nos dias de hoje é abastecida de viveres e equipamentos essências de 3 em 3 meses por via marítima,á altura dos factos...não sei!
Em determinado ano um violento furacão destroi a ilha,todas as infraestruturas que já eram precárias,e estabelece o caos.
Não havia apoios,nem ambulâncias,nem remédios nem hospitais nem nada e quem remediou a situação foram os navegadores que iam passando,sendo uns médicos ,outros sabiam dos mais diversos ofícios e foram compondo a ilha,as pessoas e a harmonia.
O velho Inglês jurou que a partir dali nenhum viajante que atracasse por aquelas paragens teria falta de nada, havendo sempre tudo o que é possível numa ilha, para lhe proporcionar uma estadia o mais agradável possível, fazendo o mínimo possível.
E assim foi com os seus descendentes ,até aos dias de hoje,levando a jura do Inglês tanto á letra que o Ricardo chegou a confidenciar-me que era um bocadinho "demais".Eram lagostas a toda a hora ,frutas das árvores , peixe do mais diverso,insistentes convites de toda a gente.... .
Nesta historia só tenho pena de não ter fixado o nome da ilha!.