sexta-feira, 22 de maio de 2009

10.000 milhas da "ave marinha" do Panamá ás Filipinas


" Um filho do Universo conta uma historia muito especial de navegação e de um modo de vida mais simples".
Alberto José Torroba, um aventureiro Argentino de 39 anos, navegou através do Pacifico num sloop de 24 pés (7.5M)sem motor, circumnavegou a Nova Guiné num "prao" de 19 pés (5.80M), sobreviveu ao afundamento do seu veleiro de 18 pés (5.50M) na costa do Uruguai.
Explorou a costa Sul Americana num bote de pesca Brasileiro de 15 pés (4.60M) e navegou para o Panamá num outro "prao".
Escreveu a história da viagem de 10.000 milhas (19.000 KM) da "ave marinha" desde o canal do Panamá até ás Filipinas, quando vivia na ilha "Masapade"na costa norte de "Mindanao" com a sua esposa Filipina Rebecca e construía um catamaran em madeira e bambu para, segundo as suas palavras"...fazendo o mesmo de sempre, debaixo de uma lâmpada de querosene escrevi a historia desejando com todo o meu coração que signifique algo para ti..."

".... Acordei ao amanhecer, no dia 12 de Janeiro de 1989, estava na ilha "Taboga", no Panamá. Levantei ferro, icei as duas velas e um vento suave nos empurrou para sul. O destino eram as Galápagos, pela Polinésia Francesa.
Éramos dois, eu e o meu barco. Eu, Alberto, Argentino de 36 anos, nascido e criado numa granja de estilo Gaújo, vagabundo e aventureiro de profissão. O meu barco era o "Ave Marinha", uma canoa nova de tronco oco, nascida como uma árvore na selva de "Darien" no Panamá, 15 pés (4.5M) de comprimento por 5 pés (1,5M) de largura, aberta, sem cobertura nem cabine. Os instrumentos de navegação incluíam uma bússola de bolso, uma carta do pacifico e uma "plomada"( não sei o que é). Os mantimentos e objectos pessoais eram os mínimos que necessitava um vagabundo para sobreviver...."

De vez em quando coloco aqui historias de homens ou mulheres de coragem. Que pelas mais variadas razões optaram por um estilo de vida desassombrada, livres de tudo e de todos, enfim, livres. Homens e mulheres que com a sua coragem , mostram a nós, assíduos frequentadores de sofá que há um mundo lá fora e que nós pertencemos a ele.

P.S. os textos acima foram retirados do site" associação dos navegantes argentinos e traduzidos por mim, que sei tanto de Castelhano como vocês. Alguns dos termos "entre aspas" não consigo saber a tradução correcta e optei por colocar o termo original.

7 comentários:

Paulo Lontro disse...

Conde, aquilo que estás a fazer é já bem diferente do “ficar no sofá”…

Gata Verde disse...

Quando leio este tipo de aventuras dá-me logo vontade de fazer o mesmo...detesto rotina!

beijocas

leitanita disse...

Depois digo-te o que é plomada... tenho uma amiga argentina!

Sandra disse...

Oi Conde,

Pois eu já te digo o que é "plomada".

É uma linha que termina com um peso de prumo, normalmente em forma de cone, também normalmente feito de chumbo.

Como os pedreiros usam para a construção de uma casa.

Também é um instrumento usado na pescaria, para dar peso à linha, vara de pesca e ao anzol.

Espero ter ajudado.

Abraços,
Sandra

Rui Silva disse...

Olá Sandra,
Sabes que eu já tinha pensado que era precisamente issoe sabes porquê?. Porque plomo é chumbo em castelhano e então admiti a possiblidade de plumada ser uma forma de medir ou sentir a que altura estava o fundo.Não arrisquei com esta possibilidade porque o homem fez uma canoa de uma arvore e embora tenha velas o patilhão que ele usa deve ser muito pequeno, ou seja o calado daquela embarcação será.....60 cm. O que significa que ele até com um pé de fora consegue saber se vai bater em alguma coisa, para que raio precisará de uma "plomada". Afinal graças a ti parece que precisa e ficou desfeita a duvida.
Já agora e "prao", deve ser um tipo de embarcação,desta a que eu não faço a minima ideia.
Obrigado pelo esclarecimento.

Sandra disse...

Oi Conde,

Quanto ao "prao" não sei mesmo. Não seria "proa"? Quem sabe.....

E os outros nomes entre aspas que você colocou, são nomes próprios, como a Ilha de Taboga, que é uma ilha no Golfo do Panamá, também chamada de Ilha das Flores, Mindanau ou Mindanao que é a segunda maior ilha no arquipélago das Filipinas e por aí vai, você já sabe isso, não é?

Mas, fico feliz por ter sido útil à você, Conde.

Um abraço, da amiga,
Sandra

Chris disse...

Conde
a muito tempo procuro informações sobre o Alberto e sua quase canoa, li uma vez num livro de uma familia que viajava num catamaran que comtnetava sobre ele, mas nunca tinha visto mais nada. Adorei encontrar aqui mais uma perola, como sempre! Seu cantinho na net é sempre muito instrutivo.
Um grande abraço e bons ventos

Chris