segunda-feira, 25 de maio de 2009

Justiça cega

Este é um dos poucos Post que nada tem a ver com barcos , nem viagens heróicas e nem ilha paradisíacas. Tem a ver com raiva, tem a ver com estupidez, tem a ver com injustiça. Ao jantar, a televisão ligada na SIC e surge uma reportagem da menina de 6 anos , a Alexandra, que foi retirada dos pais de acolhimento (desde os primeiros meses de idade), para ser entregue á mãe, que a abandonou em Braga. A menina vive agora na Rússia e na reportagem da televisão local, em plena filmagem, leva umas valentes palmadas.
Espero que o Juiz, que decidiu a entrega á mãe que tinha abandonado a menina no passado, esteja satisfeito com o resultado. Fez o mais fácil, se é mãe, então fica com a filha, independentemente das circunstancias, independentemente dos afectos e daquilo que seria o melhor para a criança e o mais seguro. Como se, ser Mãe (com letra grande) estivesse inscrito no ADN de todas as mulheres, como se, ser mãe seja garantia de amor e carinho. Neste caso esse amor e carinho estava do lado dos pais de acolhimento, mas, um Juiz achou qualquer coisa e entregou a menina á mãe.
A estátua da Deusa da justiça(Athemis) tem uma venda nos olhos, para que assim decida com imparcialidade. Que alguém tire a venda á senhora, porque assim também não pode decidir com justiça, porque há situações que têm que ser analisadas com olhos de ver. E se o juiz estava condicionado pela lei Portuguesa, então mande-se os juízes cavar batatas e que decida um computador, sempre sai mais barato e sempre são menos uns a quem temos que nos bajular.

7 comentários:

Paulo Lontro disse...

Conde, tendencialmente dar-te-ia razão, de facto o que dizes está correctissssimo!

O problema é que nestes casos de processos judiciais nós, os que estamos de fora, sabemos só uma parte da história e podem haver dados fundamentais que não conhecemos...

Ana Camarra disse...

Tantas Alexandras, Conde, tantos casos mal explicados.
Mas o Paulo tem razão, não temos todos os dados e se queres quete diga, não confio muito ou melhor nada na comunicação social!
Mas percebo a tua revolta e sofro por essa pequenita,nenhuma criança devia de ser joguete.

beijos

Missanguita disse...

Remember Esmeralda?

leitanita disse...

Ai Conde, a injustiça da suposta justiça!
Aflige-me sobretudo quando afecta as crianças, tens toda a razão.

Anónimo disse...

Aplaudo, tiro o meu chapéu e assino por baixo.

Spirit disse...

Excelente post Conde!
Aplaudo, assino por baixo e ainda digo mais: a suposta justiça que entregou esta criança à mãe biológica ainda vai ficar com a consciência pesada... ou muito me engano ou esta criança voltará a ser notícia :(

No entanto o Paulo Lontro também escreveu muito bem. E tem razão. Existem casos que só "lá estando" é que se sabe tudo o que há para saber.

Bjs

Dylan disse...

"Descrédito na justiça"

É impossível ficar indiferente aos gritos e choro desesperados da menina de Barcelos que estava numa família de acolhimento aquando da sua entrega à mãe biológica de nacionalidade russa. Este desenlace é tão ridículo que nem acredito na possibilidade das autoridades russas terem imaginado este dramático e insólito final.
Seis anos de cumplicidades afectivas enviadas para a reciclagem sem ninguém ter perguntado à criança qual seria a sua vontade e as possíveis sequelas daí decorrentes. Mais importante do que analisar a legalidade jurídica do acto é verificar o constante descrédito que a justiça portuguesa está votada: brilhantes mentes que têm a certeza que a mãe biológica não repetirá os maus tratos e conduta dúbia, num país e família desconhecidas para a criança, de parcos recursos económicos onde não se fala português. Às vezes não dá vontade de implodir todo o sistema judicial português e pedir a anexação a outro Estado?

http://dylans.blogs.sapo.pt/