
Eu não conheço pessoalmente o ZéZé,falei com ele uma vez,uma conversa curta e informal.As historias que se falam do Zézé são mais que muitas,não sei aonde termina a realidade e começa a ficção,mas hei-de de descobrir.
Dele já ouvi dizer que foi preço na Guiné por ter dado á costa sem qualquer tipo de documentos,nem dele nem da embarcação.Parece que atravessou meio atlântico apenas com uma velha bússola de mão como instrumento,nessa mesma viagem ,quando chegou a Lisboa,trazia os flutuadores do trimarã meios de água.No blogue peixedagulha dizem que foi a uma ilha no meio do atlantico sul ,Tristão da cunha,trazer..."um destroço que mal flutuava..."para Lisboa.Já se falou que o Olympus pertenceu a Tabarly(o maior navegador Francês de todos os tempos)que capotou com ele ao largo dos Açores,e devido aos estragos foi rebocado para -não sei bem aonde-onde serviu de capoeira.Enfim,de vez em quando vejo-o lá no olympus a trabalhar,espero que sinceramente que ele possa terminar a sua obra,não sei onde pára o mastro,nem as velas,nem tão pouco o motor...espero que ele saiba!.
Este texto que se segue foi escrito originalmente por que já privou com o ZéZé e sabe concerteza mais dados do que eu.
..."Foi á 10 anos que o Zézé pediu para ficar 15 dias.
Final da tarde,um ilustre desconhecido entra para sócio da secção de vela do Alhandra sporting clube,informa que tem um trimarã (3 cascos)a precisar de reparação com a previsão de 15 dias estacionado na nossa rampa.Vai participar numa travessia oceãnica e aguarda patrocinio.
Quinze dias depois o barco não volta para a água,vai para terra,terrenos da A.P.L. (administração do porto de Lisboa) consternado o ZéZé não vê patrocinio e tem a A.P.L. ás costas.3 anos depois é o inicio da requalificação da zona ribeirinha de Alhandra,a embarcação está parqueada no caminho das máquinas,o ZéZé pede á "Etermar"para parar a obra(!)por 15 dias,para ele poder acabar a reparação,então colocaria a embarcação na água e a obra seria retornada.
A embarcação é removida por uma grua da "Etermar" que com alguma meiguice causa alguns estragos e mais umas dores de cabeça.
As coisas voltam á normalidade ,o ZéZé continua a frequentar o clube,balneários,etc os miudos queixam-se que é ele que gasta o gel de banho e o gaz. Decorre o ano de 2002,estou a frequentar o curso de patrão de costa (em lisboa),falamos de navegadores portugueses,eis que alguem pergunta:quem sabe onde anda o Zézé?
- por acaso está em Alhandra,alguém o quer?
- não era só para saber.
2005 estou a passar no parque de reparações da doca de Belém,meto conversa com o propriétario de uma embarcação que está a ser reparada,digo que sou de Alhandra.Alhandra? não é lá que está o ZéZé?
- desculpe,mas como é que o senhor conhece o Zézé?.
o zézé é o mais conhecido dos nevegadores desconhecidos
- fiquei convencido.
O Zézé ama o seu barco,de todos os momentos que privei com ele,custou-me imenso ter de telefonar a informa-lo que o seu barco partiu a amarra e estava a ser empurrado contra as pedras numa sulada(vento forte do quadrante sul) em Alhandra,ele estava longe,fez-se o pedido de socorro aos bombeiros que conseguiram salvar a embarcação sem danos de maior.
Hoje ,o Olympus encontra-se fundeado em frente ao museu de Alhandra (não sei se isto tem algum significado oculto).O "cigano do mar" não tem aparecido,espero que o Oliveira (Maião) não venha a ter razão quando diz que "aquilo" nunca mais vai navegar.
Como o Zézé me costumava dizer:..não há nada mais bonito que um trimarã a navegar á vela...".
Um grande abraço para o ZéZé d´alhandra.
escrito por João Manuel Rodrigues no blogue "m.a.m.a."
Calculo que ele nunca vá ler isto,mas desejo sinceramente que ele consiga.